Stress vs Burnout
Qual a Diferença e Como Saber o que Está a Sentir?
Nos últimos tempos, temos ouvido esta pergunta com cada vez mais frequência nas nossas consultas online:
“Será que estou em Burnout ou é só stress?”
A verdade é que a linha que separa uma coisa da outra pode ser muito ténue. Vivemos num
ritmo tão acelerado que nos habituámos a andar sempre cansados, sempre a mil, sempre a adiar o descanso.
Mas há uma grande diferença entre estar stressada e estar em Burnout, e perceber essa diferença pode mudar
tudo.
Primeiro, vamos ao básico: o que é o stress?
O stress é uma resposta natural do corpo a algo que exige esforço ou adaptação. Pode ser um
projeto exigente, uma mudança inesperada, um dia cheio de tarefas. Nesses momentos, o corpo entra em “modo
alerta”: tens mais energia, foco, adrenalina.
O stress em si não é o vilão. Aliás, até pode ser útil e motivador... desde que seja
pontual e o corpo tenha tempo para recuperar.
O problema começa quando o stress se torna constante, sem pausas, sem recuperação. E é aí
que, aos poucos, pode evoluir para Burnout.
E então... o que é o Burnout?
O Burnout é um estado de esgotamento físico, emocional e mental causado por
exposição prolongada a stress crónico.
Não é um “mau dia”. Não é “estar
em baixo”.
É sentir que já não tens nada para dar.
Pessoas em Burnout descrevem-se como “vazias”, “no limite”, “funcionar no
automático”. Coisas que antes eram simples tornam-se pesadas. E até aquilo que costumava dar
prazer... já não dá.
Como distinguir um do outro?
Aqui vai uma comparação rápida que pode ajudar:
| Stress | Burnout |
|---|---|
| Acontece em momentos de exigência | Acontece após muito tempo de sobrecarga |
| Ainda há energia, mesmo com cansaço | Sentes-te esgotada, sem forças |
| Há urgência, ansiedade, agitação | Há apatia, desmotivação, sensação de colapso |
| Continua a haver envolvimento | Começa a haver distanciamento, até cinismo |
| Acreditas que vais recuperar com descanso | Mesmo a descansar, continuas exausta |
E como é que isso se sente no dia a dia?
No stress:
- Ficas nervosa antes de uma apresentação, mas depois passa.
- Tens dias em que chegas a casa de rastos, mas no fim de semana já estás melhor.
- Continuas a gostar do que fazes, apesar da correria.
- Já não consegues desligar, nem quando não estás a trabalhar.
- Sentes que estás sempre atrasada, sempre a falhar.
- Perdes o interesse pelo trabalho, pelas pessoas, por ti própria.
- Estás sempre cansada — mesmo a dormir 8 horas.
“Mas eu ainda estou a conseguir cumprir tudo…”
Este é um dos maiores enganos. O Burnout não aparece quando já não consegues fazer nada — ele aparece
quando continuas a fazer tudo, mas a um custo emocional e físico gigante.
Vais cumprindo, mas às custas de ti. E o teu corpo vai dando sinais — insónias, dores musculares, alterações
no apetite, irritabilidade, choro fácil, vontade de desaparecer.
Então… como saber o que estás a sentir?
Se estás a ler isto com um nó no estômago e a pensar “isto sou eu”... escuta esse desconforto.
Faz um pequeno check-in contigo:
- Quando foi a última vez que te sentiste leve?
- Estás a conseguir sentir prazer nas coisas boas?
- Consegues descansar de verdade ou só te sentes culpada por parar?
E se for o caso, há solução. Mas não passa com “mais força de vontade”. Passa por cuidar. Por abrandar. Por reaprender a viver de forma mais saudável para ti.
O que podes fazer agora:
Se estás a ler isto com um nó no estômago e a pensar “isto sou eu”... escuta esse desconforto.
Faz um pequeno check-in contigo:
- Fala sobre o que estás a sentir — com alguém de confiança ou com um/a profissional como nós.
- Olha para os teus limites — estás a ultrapassá-los todos os dias?
- Cuida do teu corpo — alimentação, sono, movimento, silêncio.
- Pede ajuda especializada — As consultas de psicologia online podem fazer toda a diferença na prevenção e recuperação do Burnout.
E tu não estás aqui para sobreviver. Estás aqui para viver com sentido, com energia, com prazer.
Cuidar de ti não é um luxo. É uma necessidade.
